Em fevereiro de 2025, a Microsoft anunciou o Majorana 1, o primeiro processador quântico do mundo a utilizar qubits topológicos baseados em partÃculas de Majorana. Esse avanço representa um marco significativo na corrida global pela supremacia quântica, prometendo acelerar o desenvolvimento de computadores quânticos funcionais em apenas alguns anos, em vez de décadas. O que é o Majorana 1? O Majorana 1 é um processador quântico que emprega uma nova classe de materiais chamada topocondutores, formados por uma combinação de arsenieto de Ãndio e alumÃnio. Esses materiais possibilitam a criação de um estado de matéria exótico conhecido como supercondutividade topológica, permitindo o surgimento de partÃculas chamadas modos zero de Majorana (MZMs) — partÃculas que são suas próprias antipartÃculas. Essa inovação permite que os qubits topológicos sejam muito mais estáveis e resistentes a ruÃdos externos em comparação aos qubits convencionais. Isso reduz significativamente a taxa de erros, um dos maiores desafios para tornar a computação quântica viável em larga escala. Com esse tipo de qubit, o processamento se torna mais confiável, abrindo caminho para aplicações comerciais e cientÃficas de alto impacto. Implicações e aplicações futuras A Microsoft afirma que essa tecnologia poderá escalar até 1 milhão de qubits em um único chip, com tamanho semelhante ao de um processador de computador comum. Essa escalabilidade pode transformar completamente áreas como o desenvolvimento de novos medicamentos, a simulação de materiais complexos, o aprimoramento de inteligência artificial e a resolução de problemas logÃsticos considerados intratáveis pelos computadores tradicionais. Outro ponto relevante é o interesse governamental: o Majorana 1 faz parte do programa US2QC (Underexplored Systems for Utility-Scale Quantum Computing), da DARPA, que busca tecnologias quânticas viáveis com aplicações militares e estratégicas. Isso reforça a importância geopolÃtica do avanço da computação quântica. Embora o chip ainda esteja em estágio inicial, com apenas 8 qubits funcionais, os resultados obtidos já indicam uma estabilidade inédita no campo. A expectativa é que, nos próximos anos, o Majorana 1 seja integrado à plataforma Azure Quantum, aproximando a computação quântica da realidade prática para empresas, universidades e governos.






